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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Proposta de Produção Textual - 2° e 3° Ano EM
Observações:
* Deve ter uma estrutura dissertativa/ argumentativa;
* A redação deve ter no mínimo 20 e no máximo 30 linhas escritas;
* Não deixe de dar um título a sua redação;
* Não deixe de dar um título a sua redação;
Proposta
Votar em palhaço
é uma forma válida de protestar?
O
desgosto do brasileiro com os políticos tem gerado protestos inusitados, como a
eleição de animais, em décadas passadas, e a candidatura de pessoas sem nenhuma
ligação com a política, que chegam a declarar publicamente não entenderem nada
sobre o cargo que disputam. O slogan mais comentado deste ano foi "Vote
Tiririca, pior que tá não fica". O que você pensa disso? Esse tipo de voto
de protesto ajuda o Brasil a melhorar? Passado o fervor da campanha eleitoral e
concretizado o deboche por meio da eleição desses personagens, como fica o país
e qual a contribuição desses novos políticos durante anos? Qual o prazo de
validade da piada que se faz ao se votar em palhaços? Com base nos textos de
apoio e em outras informações de que você disponha, elabore uma dissertação
defendendo um ponto de vista sobre a pergunta: Votar em palhaço é uma forma
válida de protestar?
ELABORE UMA
DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR: Humor, política e cultura
O
ministro da Cultura, Juca Ferreira, criticou, nesta terça-feira, o candidato a
deputado federal Francisco Everaldo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR-SP).
Ele aparece na TV com o slogan "Vote Tiririca, pior que tá não fica".
"Respeito
muito o Tiririca por ser um artista de circo e conseguir se firmar nos meios de
comunicação de massa", disse. "Mas acho que ele não está prestando um
bom serviço à democracia. Acho que é um deboche com a democracia",
completou, após ser questionado por jornalistas sobre o slogan.
(...)
Juca
Ferreira defendeu o fim da censura a programas humorísticos. Na semana passada,
o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto suspendeu
parte da legislação eleitoral que proibia "trucagem, montagem ou outro
recurso de áudio ou vídeo" que ridicularizasse candidatos, partidos ou
coligações. Pela lei, piadas e paródias ficariam vedadas a partir de 1º de
julho do ano eleitoral.
"Cercear
o humor é cercear parte da cultura brasileira. A censura não é a saída",
disse o ministro, ao receber o manifesto de artistas do movimento Humor sem
Censura.
[Folha.com]
Trechos
de entrevista de Tiririca à "Folha de S. Paulo"
Folha:
Por que você decidiu se candidatar?
Tiririca:
Eu recebi o convite há um ano. Conversei com minha mãe, ela me aconselhou a
entrar porque daria pra ajudar as pessoas mais necessitadas. Eu tô entrando de
cabeça.
Folha:
Quais são as suas principais propostas?
Tiririca:
Como eu sou cara que vem de baixo, e graças a Deus consegui espaço, eu tô
trabalhando pelos nordestinos, pelas crianças e pelos desfavorecidos.
Folha:
Mas tem algum projeto concreto que você queira levar para a Câmara?
Tiririca:
De cabeça, assim, não dá pra falar. Mas como tem uma equipe trabalhando por
trás, a gente tem os projetos que tão elaborados, tá tudo beleza. Eu quero
ajudar muito o lance dos nordestinos.
Folha:
O que você poderia fazer pelos nordestinos?
Tiririca:
Acabar com a discriminação, que é muito grande. Eu sei que o lance da
constituição civil, lei trabalhista... A gente tem uma porrada de coisa que...
de cabeça assim é complicado pra te falar. Mas tá tudo no papel, e tá beleza.
Tenho certeza de que vai dar certo.
Folha:
Você tem ideia de quanto custa a campanha?
Tiririca:
Cara, não tá sendo barata. Não tenho ideia, não.
Folha:
O que você conhece sobre a atividade de deputado?
Tiririca:
Pra te falar a verdade, não conheço nada. Mas tando lá vou passar a conhecer.
Folha:
Até agora você não sabe nada sobre a Câmara?
Tiririca:
Não, nada.
Folha:
Você pretende se vestir de Tiririca na Câmara?
Tiririca:Não,
de maneira alguma.
Folha:
Em quem votou para deputado na última eleição?
Tiririca:
Pra te falar a verdade, eu nunca votei. Sempre justifiquei meu voto.
[Folha.com]
Candidatos
folclóricos e humoristas
Desde
a Antiguidade, o humor faz parte da democracia como instrumento de crítica aos
governantes. No Brasil, a atual legislação proíbe a veiculação de piadas na TV
feitas com políticos, ao passo que os partidos acolhem os tipos mais
excêntricos e "celebridades" como candidatos.
De
acordo com a Lei Eleitoral nº 9.504, é vetado aos programas de emissoras de
rádio e TV "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo
que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político
ou coligação". A lei entrou em vigor nas eleições deste ano.
No
dia 26 de agosto, o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF),
suspendeu a regra por meio de uma liminar pedida pela Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Por
outro lado, a tradição de expressar o descontentamento com a baixa qualidade
dos candidatos por meio do voto em figuras caricatas, ou mesmo em animais, é
preservada.
Em
1958, o "candidato" mais voltado nas eleições para vereador foi
Cacareco, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo. Em 1988, o Macaco Tião, um
chipanzé do Zoológico do Rio de Janeiro, ficou em terceiro lugar na disputa.
A
partir das eleições de 1996, as cédulas foram substituídas por urnas
eletrônicas. Com isso, ficou impossível votar em candidatos que não sejam
reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Começaram,
então, a proliferar personagens como Tiririca, Mulher Pêra, Maguila, Marcelinho
Carioca, Ronald Esper e Tati Quebra-Barraco, entre outros, que disputam vagas
de parlamentares nas eleições deste ano. Os partidos, que deveriam servir de
filtro, esperam puxar votos para a legenda com os candidatos exóticos.
[UOL Educação -
Atualidades]
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